Histórias de Team Coaching
Hoje mereci o dia que construí. Um dia cheio de surpresas, alegrias, sorrisos, entrega e reconhecimento.
De manhã fiz relatórios sobre o meu trabalho, re-visitei a agenda e percebi que estou a marcar sessões de Coaching em todas as horas disponíveis.
Falei alto comigo e disse: “Helena, não estarás a pôr demasiada intensidade na forma como vives o teu trabalho? E só consegui uma resposta: será que a expressão “demasiada intensidade” me habita? Não, não habita, a intensidade é a minha forma de viver, a paixão por cada pessoa, cada história, cada casa, cada momento, cada olhar, cada sorriso, cada mudança.
Pois… Mas se falei nesta intensidade, estou a falar de algo que quero, algo que me faz sair desta zona de conforto! Sim, ter os minutos todos ocupados pode ser muito confortável. Esse é um tema para outra reflexão…
Sim, quero um dia por semana para estudar, fazer relatórios, alinhar-me com a minha criatividade e com as vulnerabilidades. Compromisso assumido. Quando? Novembro é um bom mês.
O dia estava triste, pesado e eu sentia que algo iria mudar em breve.
E tudo começou a acontecer às 14:00. Fui fazer uma sessão de Team Coaching com uma equipa de 12 operacionais.
Esta sessão aconteceu depois de termos interrompido o processo durante mais de um mês.
Eram, digo bem, eram uma equipa de pessoas que, quando começámos a trabalhar falavam em tom de queixa, respondiam em tom de queixa, ouviam em queixa e não estavam em presença porque estavam no colo da queixa…
E não se ouviam porque ouviam a queixa. E a queixa doía, mas não era abandonada porque não estavam preparados para viver sem ela.
Era um sufoco, mas também o que dava veracidade ao seu estatuto de chefias.
E ao fim de 5 sessões a procurar trabalhar estas dores e pedidos sem forma, percebi que estava genuinamente incomodada, que estas pessoas não estavam preparadas, nem queriam fazer Coaching. Eram uma não-equipa, o que dificultava todo o caminho.
Creio que é importante explicar que, por volta da terceira sessão, sei, em segredo, que todas estas 12 chefias foram obrigadas a entrar no processo de Coaching. Todos eles tinham decidido não falar porque o que dissessem poderia ser utilizado como uma arma penalizadora.
Consciente deste quadro, entendi que não era o momento de continuarem em Coaching. Assim, e durante a quinta sessão, comuniquei à equipa que iríamos interromper o processo e que o poderíamos retomar quando sentissem que lhes fazia sentido. Gerou-se um silêncio poderoso.
Comuniquei esta decisão ao sponsor e despedi-me destas pessoas, com a sensação de ter mexido em alguma fragilidade. Fiquei com muitas dúvidas, balancei, duvidei de mim.
Nesse mesmo dia, recebi um e-mail do sponsor, e um outro dos Coachees a comunicarem que não queriam abandonar o processo e que se responsabilizavam por encontrar as soluções dentro deles.
Hoje, passado um mês sobre este episódio, entrei na sala de trabalho e estavam todos presentes, o que NUNCA tinha acontecido.
E a mudança começou a acontecer ali. Com uma intensidade incrível, com alívios, com reflexões poderosas, com muita maturidade.
Foi fantástico! E cresci com eles. Cresci muito. Todos reconheceram que estavam bem e robustos porque agora estavam comprometidos. Era uma escolha estar em Coaching!
Às 18:00, após esta sessão, regressei ao meu gabinete e falei com a sponsor de outra equipa que me quis dar o feedback dos dez grupos que têm em Group Coaching. Informou que está muito reconhecida porque os 100 colaboradores estão a sentir que isto lhes serve para viverem melhor. Fiquei muito emocionada e orgulhosa. Toda a equipa tem trabalhado com as competências-core da ICF, com pinças!