O impacto dos processos de Coaching no Bem-Estar e na melhoria das Competências profissionais, em coordenadores de equipas
O impacto dos processos de Coaching no Bem-Estar e na melhoria das Competências profissionais, em coordenadores de equipas
Com o objetivo de identificar o impacto do Coaching na melhoria do desempenho e no bem-estar psicológico, subjetivo e no trabalho, desenvolvi um estudo com Coachees de uma grande empresa.
Neste artigo será apenas mencionado o impacto do Coaching no bem-estar psicológico e no desenvolvimento de competências. Na realidade, as conceções teóricas do Bem-Estar Psicológico (BEP) assentam em formulações psicológicas sobre o desenvolvimento humano, traduzidas em dimensões que refletem as capacidades para enfrentar os desafios da vida (Siqueira et al., 2008).
No decurso de um processo de Coaching Executivo, seja ele Individual ou de Equipa, é muito comum que os Coachees tragam para a sessão problemáticas relacionadas com a ausência de satisfação e de envolvimento com o trabalho, com a hierarquia, com a equipa, com a sua forma de organização, com a consequente falta de bem-estar.
À medida que o processo de Coaching vai evoluindo, os Coachees autorizam-se a refletir sobre:
(a) os seus objetivos de melhoria,
(b) elaboram sobre a sua visão, ou visão de equipa, isto é, o foco, onde querem estar e a fazer o quê,
(c) identificam que aprendizagens tem que fazer para chegar ao foco,
(d) quais os obstáculos que os impedem de vivenciar satisfação e compromisso, ou seja, o que tem que “deitar fora” e, finalmente
(e) o que os energiza, que potencialidades possuem que lhes permitem chegar ao seu destino.
Terminada esta fase, no decurso da qual os Coachees vão tendo insights produtivos e decisivos, o caminho é no sentido de traçar um plano de ação que os conduza ao bem-estar no local de trabalho, bem-estar que lhes vai permitir maior satisfação, responsabilidade e envolvimento com o seu trabalho, sentem-se mais equipa e afetivamente mais comprometidos com a organização, com a consequente predominância de afetos positivos.
Com a continuidade das sessões, este bem-estar vai ficando consolidado, com repercussões valiosas para o(s) sujeito(s) e ganhos para a organização.
Neste estudo, entre a primeira e a oitava sessão, a intervenção de Coaching realizada teve um impacto significativo e positivo na variável bem-estar psicológico (superior a 25%).
Este impacto, igualmente considerável, também se verificou no incremento das competências profissionais. Por exemplo, a competência Desenvolvimento de Colaboradores teve um aumento de 33,5% entre a primeira e a oitava sessão de Coaching. Estes resultados confirmam o que é referido na literatura sobre os impactos do Coaching.
De facto, esta constatação vem ao encontro do mencionado por Milaré (2004), quando afirma que, dos diversos motivos para a utilização do Coaching, o mais significativo é que contribui diretamente para a aquisição e amadurecimento de competências, e para a adaptação aos processos de transformação organizacional favorecendo a melhoria do desempenho.
A amostra utilizada neste estudo foi constituída por 86 gestores, que iniciaram o seu processo de Coaching entre janeiro e junho de 2014.
Desempenham as suas funções na área operacional e todos passaram por oito sessões de Team Coaching ao longo deste período.
Utilizaram-se, como instrumentos de investigação, questionários que permitem avaliar as dimensões em estudo, e que foram aplicados antes da intervenção, e depois da intervenção de Coaching.
Na realidade, os resultados evidenciam que o processo de Coaching pode mostrar-se eficaz e valioso para o desenvolvimento pessoal e profissional dos recursos humanos das organizações.